quinta-feira, 17 de março de 2016

Primeira equipa de pilotos mulheres do Brunei aterra na Arábia Saudita, onde não podem conduzir

As três pilotos do Brunei podem aterrar o avião, mas se forem apanhadas ao volante de um carro na Arábia Saudita arriscam ser detidas. A primeira equipa de pilotos mulheres da companhia aérea do Brunei, Royal Brunei Airlines, fez o seu voo inaugural até à Arábia Saudita. Os meios de comunicação internacionais destacam a escolha de destino para este voo inaugural: o único país do mundo onde as mulheres estão proibidas de conduzir, podendo ser detidas se forem apanhadas ao volante.
A equipa, liderada pela capitã Sharifah Czarena Surainy, acompanhada pelas copilotos Nadiah Pg Khashiem e Sariana Nordin, aterrou um Boeing 787 Dreamliner no aeroporto de Jeddah, na Arábia Saudita, no dia 23 de fevereiro. O voo inaugural desta equipa realizou-se no Dia da Independência do Brunei. O marco para a Royal Brunei Airlines, companhia que integrou a sua primeira piloto mulher, Sharifah Czarena, em 2012, tem sido destacado por se tratar de um voo para a Arábia Saudita, onde as três pilotos, que usam o véu muçulmano que cobre o cabelo e o pescoço, o hijab, podem aterrar o avião, mas não podem conduzir um carro.
Não existe uma lei concreta na Arábia Saudita que impeça as mulheres de conduzir, mas é uma regra imposta por líderes religiosos conservadores muçulmanos, e as mulheres podem ser detidas se forem apanhadas ao volante. É uma regra amplamente contestada por ativistas, que arriscam prisão ao publicar nas redes sociais fotografias a conduzir.
Em 2012, recorda o jornal britânico The Independent, a capitã Sharifah Czarena falava ao jornal Brunei Times sobre a sua contratação pela Royal Brunei Airlines como a primeira mulher piloto da transportadora. "Enquanto mulher, enquanto mulher do Brunei, é um grande feito. Serve para mostrar às raparigas mais novas que seja qual for o seu sonho, conseguem alcançá-lo", afirmou. A Arábia Saudita é o único país do mundo que impede as mulheres de conduzir, e só no ano passado deu às mulheres o direito ao voto e a candidatarem-se a cargos públicos (DN-Lisboa)

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